Monumento ao General Gurjão: Homenagem e Teatralização do Conflito

 

Localizado na área central da Praça Dom Pedro II, no Centro Histórico de Belém, do monumento ao General Gurjão avista-se a Prefeitura de Belém, a Assembleia Legislativa, praça Siqueira Campos, também conhecida como Praça do Relógio. Também se situa próximo ao complexo do Ver-o-Peso e a vários museus. Foi inaugurado por ocasião dos festejos à adesão do Pará a Independência, em 15 de agosto de 1882, doze anos depois de ter sido apresentada a proposta de construção da homenagem ao militar paraense que combateu na Guerra do Paraguai. A ideia do monumento partiu de Pedro Gurjão, irmão do general, um ano após a morte do militar. Tomou forma como Projeto de Lei 615, de 02 de setembro de 1870, que só se tornaria lei dez anos depois, em 06 de abril de 1880, sob o número 982, sancionada pelo presidente da Província do Grão Pará, José Coelho da Gama e Abreu. O marco legal determinava que a estátua do general seja de bronze em vez de mármore, devendo ser assentada na Praça de Palácio (hoje Praça D. Pedro II).
 
O general e a guerra
O monumento é uma homenagem aos paraenses que colaboraram para a vitória da Tríplice Aliança na Guerra contra o Paraguai, em especial o General Hilário Maximiano Antunes Gurjão, que nasceu em Belém no dia 21 de fevereiro de 1820, na rua que hoje traz o seu nome, no bairro da Campina. Depois de 35 anos de carreira militar, iniciada aos 14 anos, quando se alistou para lutar contra o movimento da Cabanagem, o militar morreu em combate na Guerra do Paraguai, no dia 17 de janeiro de 1869, dias depois de ser atingido por um tiro na Batalha do Itororó, no dia 06 de dezembro de 1868.
 
 
 
O monumento e a teatralização
O monumento ao General Gurjão e outros combatentes paraenses mede 15 metros, sendo que 12 metros se referem à altura do pedestal e três são da estátua. Os seus quatro ângulos avançados medem 1,25 metros de altura. Em cada ângulo está um leão, que simboliza a força. Nos quatro ângulos firmam-se cinco degraus, que perfazem a extensão total da base, que possui largura de 12 metros. Sobre os degraus, em cada ângulo, na altura de 2,50 metros, estão postas as seguintes estátuas, que medem cada uma 2,25 metros de altura: Valor; Lealdade; Mérito e Marte. Nas laterais do monumento estão, em alto relevo, símbolos e inscrições que fazem alusão à Guerra do Paraguai. Através do conjunto escultórico, erguido em área de grande circulação, o Poder Público perpetua a teatralização do conflito entre a Tríplice Aliança e o Paraguai, e participação dos paraenses no embate, sob o ponto de vista dos vitoriosos.
 Texto: Carmen Silva e Ana Cláudia Melo

 

 

 

 

 

 

 
 
PLACA
NESTA CASA NASCEU, EM 21 DE FEVEREIRO DE 1820, O HEROICO GENERAL HILÁRIO MAXIMIANO ANTUNES GURJÃO. HOMENAGEM DO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRAPHICO DO PARÁ.
A placa é de mármore branco e as letras gravadas em negro. A casa onde nasceu o general Gurjão, até 1940 era de propriedade do Sr. Antonio p. da Silva. Por ato de 29 de janeiro (decreto n° 431), o Prefeito de Belém mandou desapropriá-la, passando a mesma a constituir, desde então, a patrimônio histórico do Município.